Ano 2 nº 29/2021: A Questão da Posse e da Transferência de Artefatos Arqueológicos Mesopotâmicos - Pedro Andrade; Imagens: a fonte da memória e o olho d'água da história - Glauco Guerra

boletim2-29


 

Textos dessa edição:

 

A QUESTÃO DA POSSE E DA TRANSFERÊNCIA DE ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS MESOPOTÂMICOS PARA A EUROPA OCIDENTAL NO SÉCULO XIX E SEUS REFLEXOS HOJE

Pedro Acácio Vianna Andrade | Graduando em História - USP

 

IMAGENS: A FONTE DA MEMÓRIA E O OLHO D’ÁGUA DA HISTÓRIA

Glauco Martins Guerra | Graduando em História - USP

 


Mundo acadêmico ...

 

A QUESTÃO DA POSSE E DA TRANSFERÊNCIA DE ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS MESOPOTÂMICOS PARA A EUROPA OCIDENTAL NO SÉCULO XIX E SEUS REFLEXOS HOJE

 

Pedro Acácio Vianna Andrade

Graduando em História – USP

 

Without wanting to cast doubt on the seriousness of this despicable crime, I would like to raise the question as to wheter Hakimzadeh was – consciously or unconsciously – extricating his own history from the European canon i.e. Western historical accounts that had shaped conceptions of how the Oriental world should be perceived, and ‘repatriating’ it into its Iranian context” (BRUSIUS, 2014)

Introdução

 

O primeiro passo vital para se discutir a história da arqueologia é localizá-la em seu tempo. Desde a Revolução Industrial, ou melhor, o período da dupla revolução, como coloca  Hobsbawm1.1, a região do noroeste da Europa ocidental, mais especificamente Inglaterra e partes da atual França, inicia um processo que vai desde a Revolução Gloriosa, passando pela revolução industrial e a Revolução Francesa, no qual esses dois Estados tornam-se poderes capitalistas incomparáveis a qualquer outro no planeta e iniciam um processo de dominação de diversas regiões do mundo, posterior ao primeiro passo dado pelos reinos ibéricos no século XVI. A necessidade dessa expansão colonialista, ou imperialista, é explicada muito bem por David Harvey, a partir de Marx. Ele aponta que a empreitada imperialista é um processo de reajuste espacial no qual os Estados burgueses, frente a possibilidade ou a presença de uma crise de superacumulação de capital, veem na exportação desse capital ocioso uma maneira de resolver ou postergar a crise no território da metrópole. Esse processo de reajuste espacial é turbinado pela concorrência entre as potências imperialistas, que disputam entre si os territórios do mundo.1.2

Dentro deste contexto econômico, no início do século XIX, Inglaterra e França tinham interesse no Império Otomano, principalmente como um caminho para o Oriente além dele1.3, além também de possuírem interesses comerciais e diplomáticos na região. Há alguns séculos já ocorriam viagens de alguns europeus para a Mesopotâmia, os quais escreviam interessantes e lucrativos diários destas visitas1.4. Também havia o fato de que a sociedade europeia da virada do século XVIII e do XIX via a Bíblia, inclusive o velho testamento, como uma verdade histórica, portanto, sentiam familiaridade com a região Mesopotâmica e viam seu passado pré-islâmico como herança. Uma vez que eram cristãos, o passado que está na Bíblia, mesmo que não tenha ocorrido na Europa, era para eles seu próprio passado.1.5

 

As transferências arqueológicas para a Europa na primeira metade século XIX

 

Neste contexto cultural, por meio das relações diplomáticas entre Inglaterra e império Otomano, o representante britânico em Baghdad, Claudius James Rich (1787-1821), visita em 1811 as ruínas da Babilônia pela primeira vez, as quais analisa pormenorizadamente, mesmo que de maneira não científica, descrevendo a arquitetura e a disposição das ruínas, além de ter também mapeado Níneve, Kuyubjik e Nebbi Yenus. Esses trabalhos são publicados primeiro em 1815 e depois em uma edição póstuma de memórias de 1836. Ambas as edições foram bastante influentes e começaram a moldar a visão do passado bíblico mesopotâmico que os europeus possuíam. Quando Rich morre (1821), o Museu Britânico adquire sua coleção arqueológica (apesar desse nome poder ser considerado anacrônico) e a exibe, o que impressiona o governo francês. Esse é o início de uma disputa interimperialista entre os dois Estados para montar o melhor museu nacional.1.6 A arqueologia aqui se torna parte dessa complexa disputa imperial, que se dava em diversos âmbitos, comercial, militar, ideológico e intelectual.1.7

Assim, em 1840 o governo francês encarrega Paul Emile Botta (1802-1870) de um cargo diplomático na cidade de Mosul. Botta era botânico, como todos os primeiros “arqueólogos” não era um arqueólogo propriamente dito, uma vez que esse campo científico ainda não havia se constituído enquanto tal. Ele foi responsável por escavar os sítios de Níneve (1842) e Khorsabad (1843), neste último ele realiza a primeira grande descoberta assíria, o palácio de Sargão II (definição esta que na época não era clara). Algumas das esculturas descobertas nessa ocasião foram transportadas para a França e exibidas no Louvre em 1847, e posteriormente, financiado pelo governo e com apoio artístico, Botta publicou o influente Monument de Ninive.1.8

Concomitantemente, Henry Austen Layard (1817-1894), parte do corpo diplomático inglês em Istambul, inicia suas escavações, apesar de não possuir apoio financeiro de seu governo, em contraste com Botta. Ele inicia as explorações de Nimrud, onde incrivelmente encontra os palácios de dois reis assírios, Ashur-nasir-pal e Shalmaneser III, além de várias grandiosas estátuas e um artefato que narrava a derrota do rei judeu Jehu por Shalmaneser III. Em 1847, em uma segunda visita à mesopotâmia, Layard descobre o palácio de Sennacherib em Kuyunjik, junto com muitos tabletes cuneiformes da biblioteca o rei Assurbanipal. Grande parte dessas descobertas das duas expedições é levada para a Inglaterra e, em 1853 o Museu Britânico abre a exposição da Galeria de Níneve. Como dito, o governo inglês não tinha muita vontade de financiar as escavações de Layard, e havia todo um debate público dentro do círculo social interessado a respeito da pertinência desses artefatos. Buscando então dinheiro, Layard se volta para a escrita de divulgação, o que faz com muito sucesso, publicando o best-seller Ninevh and its Remains, essa obra vende muito exatamente porque se usa do imaginário religioso popular da época que via na mesopotâmia o passado bíblico, assim, Layard escreve seu livro narrando suas descobertas buscando relacioná-las com a história bíblica.1.9

 

Análise cultural

 

É importante fazer agora uma análise mais pormenorizada do contexto cultural da Europa ocidental durante o período dessas escavações, e para tal, é necessário retroceder até o Renascimento. Neste período, uma modernização advinda do renascimento comercial busca se contrapor ao passado medieval que vê como decadente, portanto, retoma a era anterior da Grécia Antiga, como uma época de razão e beleza, sendo o Renascimento seu sucessor. Para entender o problema dessa construção, é preciso compreender que, com a expansão islâmica que toma o Maghreb, a Península Ibérica e outras partes do sul da Europa, o centro cultural da sociedade europeia ocidental se desloca para o norte do continente, iniciando-se assim a formação de uma cultura romano-germânica, culturalmente fechada em si própria, vendo o Oriente e o islã como o externo e como uma heresia, respectivamente.1.10

Tendo em vista este passado etnocêntrico, eurocentrado, o Renascimento, ao retomar o mundo greco-romano como seu, o faz de forma também eurocentrada, extraindo artificialmente esse mundo grego antigo de seu contexto verdadeiro e o colocando no Ocidente. E qual era esse contexto? O mundo mediterrâneo oriental, composto pelo norte da África, pelo que hoje se entende como Oriente Médio, e a parte mediterrânea do leste europeu1.11. Inclusive, o próprio mundo grego antigo se via como parte desse mundo oriental maior1.12. A partir disso, com o desenvolvimento do capitalismo e também do colonialismo surge a questão do porque essa forma socioeconômica, um modo de produção materialmente muito superior a tudo que existia até então, surgiu onde surgiu e não em nenhum outro lugar, e essa “linhagem” greco-romana é utilizada para responder a questão a partir da chave de leitura de que a filosofia ocidental que nasce na Grécia descobriu a razão, passando pela Idade Média com o aristotelismo e a escolástica e por fim sendo libertada das amarras do pensamento dessa época no Renascimento, excluindo qualquer influência muçulmana, que não teria feito nada mais do que transmitir a herança grega para o Renascimento. Assim, com a evolução do capitalismo e sua superioridade produtiva, os preconceitos advindos dessa posição poderosa surgem, pois as explicações para ele são insuficientes (como a explicação da herança grega aqui exposta), logo, o pensamento dessa época entende que o capitalismo só poderia surgir necessariamente onde surgiu. Portanto, o capitalismo se configura dentro dessa ideologia como a forma objetivamente superior de organização social, que pode ser reproduzida em outras sociedades desde que elas se libertem das suas amarras culturais que as atrasam. Ou seja, e aqui fica claro a utilidade dessa ideologia para o capitalismo, não é possível dentro desta visão outro mundo que não seja o europeizado, de forma que a empreitada colonial tira os povos do atraso e, aqui a questão central, mundializa o modo de produção capitalista que tem como seu centro a Europa ocidental.1.13

Deste modo, no contexto cultural europeu do século XIX que via a história bíblica como o seu passado e que abominava o islã, a história mesopotâmica pré-islâmica passa a ser vista como o berço da civilização, anterior até mesmo a Grécia. A capacidade civilizatória teria então saído de seu berço e se transferido para o Ocidente grego, deixando a Mesopotâmia, que eventualmente se torna bárbara, muçulmana, levando a um fim abrupto das civilizações da região.1.14

De forma mais concisa, para o valor (o capitalismo) se colocar como finalidade última da humanidade, é necessário inventar uma Europa, um Ocidente (nascedouro do capitalismo) e criar uma narrativa dessa Europa como expressão mundial da humanidade. Entretanto, no renascimento ainda não havia essa preocupação com o capitalismo em escala global, de forma que a retomada dos valores greco-romanos somente visava uma contraposição à Igreja Medieval, entretanto, com o desenvolvimento histórico do capitalismo e, portanto, do colonialismo, essa ideia da identidade europeia “pura”, nascida numa Grécia europeizada, se complexifica, pois agora é utilizada como parte de um processo ideológico fruto de uma necessidade material do capital de mundializar o valor enquanto necessidade última da humanidade. Dentro disso, com o europeu vendo a religião enquanto sua própria história e abominando o islã enquanto uma heresia, colocam-se as sociedades mesopotâmicas citadas na bíblia como o berço da civilização que se transfere posteriormente para o mundo greco-romano. É nesse contexto que se dá a transferência dos artefatos arqueológicos mesopotâmicos para a Europa.

 

O debate

 

Agora, surge a questão: a aquisição desses artefatos por parte dos europeus foi saque, foi um roubo da história nacional daqueles povos que lá habitavam? Esse debate é uma questão do presente, não do século XIX, pois obviamente aqueles povos da região mesopotâmica ainda não haviam desenvolvido ideologias nacionais, ainda mais que viviam no Império Otomano, um dos grandes impérios contra os quais o nacionalismo nasce e se insurge. O debate se dá hoje e se inicia na segunda metade do século XX, quando o Iraque, liderado pelo partido de Saddam Hussein, inicia suas reinvindicações por esses artefatos. Mas quem está certo? Para responder essa questão é importante passar por alguns pontos.

Quando a extração desses artefatos ocorreu, a população da região mesopotâmica não os via como parte de sua identidade e nem os dava muito valor por dois motivos: 1) o Império Otomano não se utilizava do passado pré-islâmico em seus discursos legitimadores e; 2) o Alcorão e o discurso religioso islâmico não davam importância para essas localidades.1.15 Além disso, a pouca legislação sobre as escavações advinha da desconfiança otomana sobre os interesses que os europeus possuíam nesses objetos, pois eles podiam ter algum valor monetário significativo ou essas incursões nos territórios mesopotâmicos poderiam ser uma preparação para algum tipo de tentativa de tomada do território, logo, a legislação não existia para proteger “patrimônio histórico nacional” nem nada do tipo, e as leis mais duras só foram aparecer na década de 1870, 60 anos depois das primeiras escavações de Claudius James Rich. Logo, a extração desses objetos em sua maioria não era objetivamente, naquele momento, roubo e, quando o foi, foi roubo de um Estado que não existe mais. Além do mais, como dito antes, os europeus viam a região como seu berço, logo, naquele período, se alguém poderia dizer que aqueles artefatos eram parte de sua história, estes eram os europeus.

É importante frisar também que esse debate tem se dado a partir da chave de análise da ideologia de história nacional, de Estados-nação. Os mitos de nacionalidade do Estado iraquiano, iniciados quando da conquista do poder pelo Partido Socialista Ba’th, eram necessários pois havia grande dificuldade em se forjar alguma forma de unidade nacional, uma vez que a forma Estado-nação foi uma imposição imperialista numa região diversa cultural, étnica e linguisticamente, assim, se inicia um discurso nacionalista que coloca o passado mesopotâmico como uma grandiosa origem única. Com isso, toda forma de expressão cultural que enfatizasse esse perspectiva foi apoiada, festivais foram realizados e inclusive projetos de reforma dos sítios arqueológicos, além, claro, das pressões para o “repatriamento”1.17 dos artefatos, como o símbolo material dessa herança comum.1.18 Para o observador atento fica claro que esse discurso de história nacional é, do ponto de vista estritamente historiográfico, uma falsificação da história, mas os mitos europeus, como já se discorreu aqui, também são extremamente problemáticos. Logo, a questão persiste, quem está certo?

Tentar responder esse problema buscando quem tem o mito nacionalista mais cientificamente correto é cair em uma armadilha infrutífera, pois ambos são falsos e as forças que os movem e os empregam não buscam a verdade histórica, mas sim o poder. Desta forma, proponho uma outra chave de discussão para dar termo a esta questão.

O Estado Iraquiano assim como todos os da região do antigo Império Otomano são criações do imperialismo europeu e têm sido atacados ou influenciados por estas forças desde sua criação até hoje, como mostra claramente a guerra da Síria e o apartheid palestino. A criação do discurso nacionalista iraquiano supracitado, assim como a tentativa de reaver os artefatos arqueológicos, foram manobras políticas para resolver problemas criados pelo imperialismo e também unir o país em face dele. Além disso, o mundo intelectual europeu (e também estadunidense), com suas universidades e museus, é um aparato ideológico do capitalismo, que sustenta o imperialismo e se usa da noção da importância dos artefatos mesopotâmicos como forma de manter sua supremacia acadêmica, os principais centros de estudos de História Antiga são exatamente nos países do centro capitalismo. Desta forma, fica claro que o debate sobre quem tem a melhor reinvindicação àqueles objetos não é historiográfico, mas sim político, da geopolítica do imperialismo. Portanto, a decisão a respeito de quem tem direito à posse desses objetos virá da luta política entre as forças imperialistas e anti-imperialistas, não da ciência histórica.

Isso suscita um debate importantíssimo para todos os historiadores, no qual não vou me aprofundar por não ser do escopo do tema esse texto, mas é vital que ele seja mencionado. Esse debate se dá em torno de qual é o papel social e político do historiador. O que fará o historiador especialista em arqueologia ou História Antiga perante esses fatos aqui expostos? Ele pode buscar se isentar, mas como é bem sabido desde as primeiras críticas ao positivismo, não existe ciência politicamente neutra, logo se o historiador tentar ser neutro, só reforçará as estruturas ideológicas do imperialismo ao emprestar seu nome e seu intelecto para as instituições acadêmicas do primeiro mundo. Não sugiro, obviamente, que as comunidades acadêmicas do terceiro-mundo parem de se utilizar das universidades do centro capitalista, muitas, se não a maioria das revoluções e guerras anticoloniais do século XX se deram exatamente porque o imperialismo acaba por juntar muitos indivíduos dos países subalternos nas suas metrópoles, nas quais estes se conhecem e estudam, além do fato de que as universidades em países como o Brasil tem sua estrutura de pesquisa constantemente atacada e o único meio de carreira possível muitas vezes acaba sendo a imigração. Desta forma, proponho que o historiador, além de estudar e pesquisar, também se envolva politicamente, buscando o fim do imperialismo e extraindo do mundo acadêmico europeu-norte americano o que ele tem de melhor. E não me refiro somente ao especialista em mesopotâmia, pois a transferência de artefatos arqueológicos não se deu só no século XIX e não se dá só entre Mesopotâmia e França/Inglaterra1.19, a questão do imperialismo obviamente não se expressa somente na questão arqueológica. Por exemplo, de que serve o trabalho de um historiador especializado em América Latina contemporânea (um período repleto de golpes militares e repressão da classe trabalhadora) se ele não se usa desse conhecimento para algo político? Para que a academia de ciências humanas como um todo não seja somente um centro de autorreprodução autocentrado, que não sai de seus muros, ou para que não seja um aparato de suporte ideológico e científico para o imperialismo e para o capitalismo, é necessário, portanto, que o historiador se engaje politicamente para confrontar esses problemas.

 

Bibliografia

AL QUNTAR, Salam. Repatriation and the Legacy of Colonialism in the Middle East. In Journal of Eastern Mediterranean Archaeology & Heritage Studies, Vol. 5, No. 1 (2017), pp. 19-26.

AMIN, Samir. O eurocentrismo. Crítica de uma ideologia. 1ª ed. São Paulo: Lavrapalavra, 2021.

BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003.

BRUSIUS. Mirjam. The ancient near east in storage. Assyrian museum objects as a cultural challenge in Victorian England. In MEYER, A. e SAVOY, B. The museum is open. Towards a transnational history of museums. Boston/ Berlim: De Gruyter, 2014

CUNO, J. Who Owns Antiquity? Museums and the Battle over Our Ancient Heritage. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.

HARVEY, David. “O novo imperialismo: Ajustes espaço-temporais e acumulação por desapossamento”. Em: Revista Lutas Sociais, São Paulo, nº 13/14, 2005.

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções, 1789-1848. 34ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

OOGHE, Bart. Mesopotamian archeology and travel literature: shifting relationships. In Isimu 10, 2007. pp. 49-63

SAID, Edward. Orientalism. Nova York: Random House, 1979.

SEYMOUR, M. Ancient Mesopotamia and Modern Iraq in the British Press, 1980–2003. Current Anthropology 45, 2004, pp. 351–68.

Mídias diversas

Fala do professor Deivison Faustino (UNIFESP Baixada Santista), no evento de lançamento do livro AMIN, Samir. O eurocentrismo. Crítica de uma ideologia. 1ª ed. São Paulo: Lavrapalavra, 2021, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XYpgv25pz3Y. Acessado pela última vez em: 19/07/2021.

Podcast I do curso de História Antiga I do DH-FFLCH/USP do primeiro semestre de 2021.

 

1.1 HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções, 1789-1848. 34ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. pp. 24-44. 

1.2 HARVEY, David. “O novo imperialismo: Ajustes espaço-temporais e acumulação por desapossamento”. In: Revista Lutas Sociais, São Paulo, nº 13/14, 2005. 

1.3 Podcast I do curso de História Antiga I do DH-FFLCH/USP do primeiro semestre de 2021. 

1.4 OOGHE, Bart. Mesopotamian archeology and travel literature: shifting relationships. In Isimu 10, 2007, pp. 49-63.

1.5 BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003, p. 30. BRUSIUS. Mirjam. “The ancient near east in storage. Assyrian museum objects as a cultural challenge in Victorian England”. In MEYER, A. e SAVOY, B. The museum is open. Towards a transnational history of museums. Boston/ Berlim: De Gruyter, 2014, p. 25.

1.6 BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003, pp. 39-40

1.7 BRUSIUS. Mirjam. The ancient near east in storage. Assyrian museum objects as a cultural challenge in Victorian England. In MEYER, A. e SAVOY, B. The museum is open. Towards a transnational history of museums. Boston/ Berlim: De Gruyter, 2014, p. 24. 

1.8 BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003, pp. 40-41.

1.9 BRUSIUS. Mirjam. “The ancient near east in storage. Assyrian museum objects as a cultural challenge in Victorian England”. In MEYER, A. e SAVOY, B. The museum is open. Towards a transnational history of museums. Boston/ Berlim: De Gruyter, 2014. pp. 23-27. BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003, pp. 41-45.

1.10 SAID, Edward. Orientalism. Nova York: Random House, 1979, pp. 49-73.

1.11 AMIN, Samir. O eurocentrismo. Crítica de uma ideologia. 1ª ed. São Paulo: Lavrapalavra, 2021, pp. 95-100.

1.12 Fala do professor Deivison Faustino (UNIFESP Baixada Santista), no evento de lançamento do livro AMIN, Samir. O eurocentrismo. Crítica de uma ideologia. 1ª ed. São Paulo: Lavrapalavra, 2021, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XYpgv25pz3Y. Acessado pela última vez em: 19/07/2021.

1.13 AMIN, Samir. O eurocentrismo. Crítica de uma ideologia. 1ª ed. São Paulo: Lavrapalavra, 2021, pp. 95-122.

1.14 AL QUNTAR, Salam. Repatriation and the Legacy of Colonialism in the Middle East. In Journal of Eastern Mediterranean Archaeology & Heritage Studies, Vol. 5, No. 1 (2017), pp. 21. 

1.15 BERNHARDSSON, M. T. Reclaiming a Plundered Past: Archaeology and Nation Building in Modern Iraq. Austin: University of Texas Press, 2003, pp. 30-31.

1.16 Ibid, p. 39.

1.17 Em aspas porque a questão da natureza nacional desses objetos é exatamente o problema.

1.18 CUNO, J. Who Owns Antiquity? Museums and the Battle over Our Ancient Heritage. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008, pp. 54-59. SEYMOUR, M. Ancient Mesopotamia and Modern Iraq in the British Press, 1980–2003. Current Anthropology 45, 2004, pp. 351–68 e 354-355.

1.19 CUNO, J. Who Owns Antiquity? Museums and the Battle over Our Ancient Heritage. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008. pp. 28-32.

 


Mundo acadêmico ...

 

IMAGENS: A FONTE DA MEMÓRIA E O OLHO D’ÁGUA DA HISTÓRIA

 

Glauco Martins Guerra

Graduando em História - USP

 

Mas se a história, onipresente, põe em jogo o social em sua totalidade, é sempre a partir desse mesmo movimento do tempo que, sem cessar, arrasta a vida, mas a subtrai a si mesma, apaga e reacende suas chamas. Fernand Braudel,  Escritos sobre a História, p. 98

 

Toda ciência é um desdobramento intelectual que parte de pressupostos.

Esse brevíssimo artigo tem por objetivo avaliar a possibilidade da síntese histórica através de poucas imagens que, absolutamente desconectadas entre si, temporal e espacialmente, dão conta de uma intuição sobre o “tempo” e suas conexões espaciais2.1.

Mais precisamente, o desejo é que o leitor se permita discutir qual o poder de percepção humana sobre as várias temporalidades históricas e como, através das imagens, essas narrativas podem dialogar, fazendo com que o olhar não apenas o conduza para o passado ou a reflexões sobre o futuro, mas que reflita seu próprio presente no espelho do tempo.

Como ator da História, o ser humano se vale, consciente ou inconscientemente, de todo pensamento produzido por uma Ciência Humana – seja ele filosófico, psicológico ou sociológico – para realizar a fixação ou a crítica de pressupostos de seus raciocínios. Um dos únicos dados apriorísticos que o ser humano não critica é o tempo.Qual é, nesse sentido, a tarefa da História para auxiliar – de modo científico ou naïf – a visão crítica das imagens depositadas pela memória?

Ao historiador é dado o dever de revelar e questionar os fatos históricos com o instrumental acadêmico aceito pelos protocolos científicos. Mas também é conferido ao historiador o direito de atenuar esses gongorismos e comunicar – narrar no sentido mais amplo do termo – a história que se pretende estudar e contar a seu ouvinte e leitor.

Nesse balanço de aparências e essências das finalidades factuais, parece necessário encontrar a solução intelectual (a interpretação) capaz de lidar sobretudo com os interesses, estratégias e agendas entranhados na costura do discurso acadêmico oficial. Por outras palavras, tornar acessíveis, fáceis e diretos o discurso e a narrativa históricos.

Duas ferramentas racionais estão à disposição desse desafio. A Filosofia2.2, como força de crítica do pensar, confere lucidez à História, uma vez que toda forma de reflexão aponta originariamente para a significação e a simbologia de determinados conhecimentos. Por seu turno, a História, como força imagética do conhecer, é a Ciência que se faz para entender um fato e para identificar a verdade conceitual.

Diante de um dado histórico, uma narrativa factual, uma análise historiográfica ou mesmo de uma criação ficcional, poética ou literária, que manuseie fontes históricas, a percepção humana trabalha com as imagens criadas pela mente, pela memória e pelos sentidos. Esse diálogo entre a historicidade racional, ofertada pela História como ciência, e a percepção sensorial do indivíduo enquanto observador é que constrói, na visão deste ensaio, a ponte entre passado e futuro, através das mais diversas temporalidades.

A fim de que essas conexões tenham uma finalidade ou destino algo mais do que a simples contemplação individual, o historiador deve ser capaz de elaborar um produto revestido dos métodos científicos específicos de que disponha, mas igualmente fluente à percepção do destinatário. Essa generosidade que as artes plásticas oferecem ao espectador pode se fazer sentida também na arte de historicizar.

As imagens permitem que todo e qualquer indivíduo compreenda uma história e faça sua narrativa sobre um determinado fato histórico. Observar e refletir são, portanto, duas ações humanas que devem fluir em balanço. As ações entre pensar e conhecer permitem, com racional precisão, diferenciar o olhar sobre as imagens. Afinal, do singelo observador ao categórico filósofo, todos acabam por historiar diante de uma poderosa imagem.

Está-se aqui a lidar, em respeito ao protocolo acadêmico, com o conceito de “não história”, um importante elemento de amálgama entre a História (um fato) e a Teoria da História (sua crítica narrativa). O “tempo” como categoria será a variável utilizada2.3.

Eis os suportes imagéticos para a defesa aqui resenhada:

i) uma queda humana de 8 (oito) segundos em pleno início do século XXI, na mais cruel expressão da violência entre povos:

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1. The Falling Man (2001) - Richard Drew (Associated Press)

 

ii) esses mesmos 8 (oito) segundos são suficientes para embalar e conferir 4 pacotes de mercadorias aleatórias, sem lastro de especificidade ou funcionalidade entre si, na mais visceral expressão da mercantilização do indivíduo e da “consumerização” da vida cotidiana:

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2. Amazon (2016) - Andreas Gursky

 

iii) o espectador não leva mais do que 8 (oito) segundos para enxergar que a área rural (“campo”) contém um diferente objeto urbano (“fábrica”) e está iluminado pela ação humana, na mais silenciosa certeza de que a Natureza começa a conviver com a Indústria, numa simbiose imprevisível:

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3. Arkwright's Cotton Mills by Night - Joseph Wright of Derby

 

No longo tempo, do Iluminismo ao Big Data, as imagens associam a seguinte especulação: enquanto o século XIX fez o tempo vencer o espaço, o século XXI está a demonstrar que o tempo vence o próprio tempo.

Ou melhor, o socorro de François Hartog vem muito mais preciso:

“Não irei considerar todas as formas de tempo ou experiência temporal, mas apenas aquelas que pertencem à tradição do saber: mais precisamente, os modos por que se conectam presente, futuro e passado na escrita da história.”2.4

Essa é a matéria bruta da tese proposta. Em larga escala, as imagens apresentadas visualizam que, da disjunção entre natural e industrial ao disruptivo digital, a História Humana está lançada na própria alteridade do sentido do tempo, já milenarmente adotado para a vida cotidiana.

Está escancarado o curso de um “hiper tempo” contemporâneo, que pode ser contrastado com o “não tempo” setecentista, em meio ao “destempo” humano no horizonte histórico.

Daí vem a provocação: o tempo da queda de um corpo em 2001 é o mesmo da embalagem de um produto num armazém em 2016, que é o mesmo da observação de uma luz no espaço rural inglês de 1783.

A crítica dessa narrativa espera não provocar alguma espécie de vazio fenomenológico, mas também não gostaria de submergir nas profundidades de um academicismo inútil, para justificar o óbvio: a percepção do tempo muda no curso da História.

Se as imagens do século XXI são fechadas no objeto, focadas na sensação de angústia serena (a queda é trágica, mas o voo parece suave) e na massificada coisificação (milhares de produtos automaticamente organizados), a imagem do século XVIII apresenta um horizonte bucólico de uma fábrica revelada no campo pelo brilho lunar, mas iluminada por si própria. Essas imagens têm um encontro marcado no futuro humano, cujo significado e impacto apenas o expectador pode por si mesmo concluir.

The Falling Man e Amazon, embora não possam ser tratadas isoladamente como fontes históricas (pois as fotos precisam ser contextualizadas), parecem suficientes para sobre elas ser aplicado algum tipo de memória – mais especificamente a “memória social” do humano contemporâneo. Essa pequena artimanha retórica possibilita ao historiador narrar o que significam os símbolos tratados pelos artistas.

Afinal, no espaço de pouco mais de 15 anos do século XXI, as duas fotos podem dizer mais sobre a geopolítica, a economia, o direito e a história do que muitos tratados, papers e ensaios sem fim.

De igual modo, ao se utilizar (e abusar) da metodologia do “movimento pendular”, o historiador pode balançar até o século XVIII, de modo a contemplar Arkwright's como uma construção industrial inglesa em meio rural e propor a seguinte legenda: É da natureza do capital mover-se para além de todas as barreiras espaciais.2.5

Esse historiador de poucas palavras poderia propor ao espectador das imagens apresentadas um singelo exercício: explorar a interpretação de que Arkwright's representa uma dimensão totalmente diferente – a anulação do espaço pelo tempo2.6, enquanto The Falling Man e Amazon o estimulariam a gritar Já é tempo! Não há um instante a perder.2.7

Quem sabe o maior risco assumido por um historiador está exatamente no manuseio do tempo e de seus recortes. Flutuar entre o passado e o futuro, e não se comunicar em qualquer um deles, deixa o leitor à deriva. Tal qual a balbúrdia de línguas em Babel, o tempo não pode ser um porto inseguro de qualquer desejo de se escrever a História Universal. A função metodológica de descortinar esse conceito ou terminologia de modo “apropriado” aos modelos clássicos de estudo histórico, mais precisamente de apropriação historiográfica, transforma-se num desafio tão maior, quanto mais refinado o tema defronte à especificidade da narrativa histórica almejada. As imagens pictóricas, a exemplo daquelas propostas por este ensaio, têm o dom de servir como mediadoras, se bem utilizadas, dando fluência ao diálogo das narrativas entre tempos distintos.

Assim é a existência humana em seus 8 (oito) segundos por séculos e séculos, tempo suficiente para subir e descer as escadas da História:

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4. Estação de metrô de Baker Street, Londres, Inglaterra, 1958-59.

 © Sergio Larrain/Magnum Photos Amazon (2016)

 

Da solidão do campesino à solitude do suicida, o canto de Va, pensiero2.8  do terceiro ato da ópera Nabucco (1842), de Giuseppe Verdi2.9, auxiliará o historiador a fechar essa breve narrativa com o desejo de que cada leitor, ouvinte e espectador tome o tempo da História como uma passagem de ida serena para seu dia a dia, cantarolando docemente Va, pensiero, sull'alli dorate (Vá, pensamento, sobre as asas douradas).

 

IMAGENS

 

1. The Falling Man (2001) -  Richard Drew (Associated Press)

https://ultimosegundo.ig.com.br/11desetembro/mergulho-para-a-morte-e-tabu-do-11-de-setembro/n1597196086325.html

2. Amazon (2016) - Andreas Gursky

https://www.theguardian.com/technology/2020/feb/05/amazon-workers-protest-unsafe-grueling-conditions-warehouse

3. Arkwright´s Cotton Mills by Night - Joseph Wright of Derby

Coleção privada - Grã Bretanha

https://www.wikiart.org/en/joseph-wright/arkwright-s-cotton-mills-by-night

4. Estação de metrô de Baker Street, Londres, Inglaterra, 1958-59.

© Sergio Larrain/Magnum Photos Amazon (2016)

https://ims.com.br/exposicao/sergio-larrain-um-retangulo-na-mao-ims-paulista/

 

BIBLIOGRAFIA

AUFFRAY, Jean-Paul. O Espaço-Tempo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.

CRARY, Jonathan. 24/7 Capitalismo Tardio e os Fins do Sono. São Paulo: Ubu Editora, 2016, versão digital da “Coleção Exit” acessada através da ferramenta eletrônica Kindle em 15.05.2020.

HARTOG, François. Tempo, História e a Escrita da História; A ordem do Tempo. In Revista de História nº. 148, São Paulo, 2003, p. 09/34. Acesso em 14.07.2020 através do link: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18952/21015

MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011.

NIETZSCHE, Frederico. Assim Falava Zaratustra. eBooksBrasil: www.ebooksbrasil.org, 2002.

RAY, Christopher. Tempo Espaço e Filosofia. Campinas: Editora Papirus, 1993.

 


2.1 Para um conceito de tempo e suas relações com o espaço, ver Jean-Paul AUFFRAY (1998) e Christopher RAY (1993). Este artigo, por óbvio, apropriou-se da retórica filosófica (e da poética) dos autores, sem evidentemente adentrar nas cientificidades da Física e da Matemática exploradas à exaustão na elegância dos estudos sobre o espaço-tempo. Assim, por exemplo: “Leibniz conclui que o espaço é desprovido de realidade: não é mais do que a ordem das coexistências possíveis, da mesma maneira que a duração não é mais do que a ordem das sucessões possíveis. Espaço, durações, números, são construções do nosso espírito – entia mentalia.” (AUFFRAY, 1998/22)

2.2 A princípio, deve-se fazer, a partir do modelo kantiano, uma diferenciação entre o pensar e o conhecer. O pensar vincula dois elementos bastante complexos, que são o significado factual (fenômeno de conhecimento lógico) e a verdade (o sentido valorativo do conhecimento).

2.3 CRARY, Jonathan. 24/7 Capitalismo Tardio e os Fins do Sono. São Paulo: Ubu Editora, 2016, versão digital da “Coleção Exit” acessada através da ferramenta eletrônica Kindle em 15.05.2020. A principal inspiração está em Marx entendeu que o capitalismo era inseparável dessa reorganização do tempo (posição 780).

2.4 HARTOG, François. Tempo, História e a Escrita da História; A ordem do Tempo. In Revista de História nº. 148, São Paulo, 2003, p. 10. Acesso em 14.07.2020 através do link: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18952/21015

2.5 MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011, p. 432.

2.6 MARX, ob. cit., p. 432.

2.7 NIETZSCHE, Frederico. Assim Falava Zaratustra. eBooksBrasil: www.ebooksbrasil.org, 2002, p. 205.

2.8 Em português, esse trecho operístico é chamado de Coro dos Escravos Hebreus, cuja letra e música podem ser apreciadas nas seguintes fontes: https://www.vagalume.com.br/giuseppe-verdi/va-pensiero-traducao.html e https://youtu.be/KMBZ58zJwBM.

2.9 VERDI compôs Nabucco em 1842, com libreto de Temistocle Solera, inspirado no Salmo 137. Conhecido como a obra de arte "judia" do compositor, o coro remete à história dos exilados judeus na Babilônia, após a perda do Primeiro Templo em Jerusalém. A ópera, com seu poderoso refrão, notabilizou VERDI como um dos maiores compositores italianos do século XIX. Agradeço essa nota, praticamente transcrita, ao amigo e Mestre em Direito do Trabalho Flávio Landi, a quem reverencio como fonte de inspiração em minha vida, por sua sabedoria, ponderação e culta visão nas artes de pensar e existir.

 


Expediente

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