Como Escrever um Projeto de História Econômica

COMO ESCREVER UM PROJETO DE HISTÓRIA ECONÔMICA

(Segunda versão)

 

Lasciate ogni speranza” (Dante).

Você se acredita capaz de ver, ano após ano, sem desespero nem amargor, passar à sua frente mediocridade após mediocridade? Claro está que se recebe sempre a mesma resposta: por certo que sim! Vivo apenas para minha vocação” (Weber).

 

Lincoln F. Secco

 

Apresentação do tema e justificativa da pesquisa

 

Há diferentes maneiras de escrever um projeto. Esta é uma sugestão apenas e não representa uma recomendação oficial da universidade. Muito menos se destina à publicação.

A aluna ou aluno tem inicialmente uma ideia vaga. Digamos um tema geral. O tema deve ser apresentado na introdução do projeto. Porém, tema não é objeto. Este se enquadra naquele. A aluna escolhe o tema, raramente o objeto.

Na apresentação (introdução) apresentamos a importância do tema, o debate bibliográfico já existente. Dependendo do modelo de projeto a ser seguido também se inclui neste item a justificativa teórica.

Deve-se apresentar um tema ainda abstrato para contextualizar o objeto a ser apresentado no próximo item; justificar o estudo e a periodização através do debate historiográfico (porque toda História é historiografia)1 e usar citações em notas de rodapé que demonstrem conhecimento do debate específico.

 

Hipóteses e Objetivos

 

A História pode ter um tema infinito, mas uma pesquisa histórica tem objetos precisos e os estudos mais restritos normalmente são os mais penetrantes e que fornecem demonstrações decisivas2. Isso não invalida as sínteses gerais. Elas seriam impossíveis sem as monografias de base e estas precisam de sínteses de conjunto. No início da carreira universitária, a tentação da síntese é grande. Não é impensável na juventude escrever obras gerais que mudem o paradigma de um ramo científico. Marx e Engels fizeram isso com o Manifesto Comunista, mas é improvável que isso seja feito dentro de uma universidade e sob as constrições da atividade acadêmica.

A depender das técnicas utilizadas, períodos muito amplos podem ser necessários. Por exemplo: a História do Clima exige a construção de longas séries. Ferramentas estatísticas podem autorizar um estudo do crescimento da indústria brasileira entre 1930 e 1980. Um fenômeno de longa duração pode ser observado num dia (a Batalha de Lepanto a 7 de outubro de 1571 pode revelar os ciclos da guerra no mediterrâneo, os impérios da época etc).

Num projeto de mestrado e, em geral no doutorado, é melhor evitar uma proposta panorâmica. Para nós é muito útil consultar os historiadores marxistas britânicos bons e muito didáticos como Hobsbawm e Morton sobre a Revolução Industrial. Mas se alguém quiser escrever uma tese sobre a Revolução Industrial vai apenas repetir a historiografia sem acrescentar conhecimento novo. Não é proibido fazer História com fontes secundárias. Naturalmente, elas podem ser interpretadas de muitas formas e merecem ser revisitadas. Mas neste caso, o tema poderia ser: a historiografia sobre a Revolução Industrial em tal período.

Que a História atravesse várias temporalidades sem muitas vezes se aprofundar em seus objetos; que ela opere como os paralelos diante dos meridianos; nada disso faz dela algo diferente de outras ciências. Qual seria o objeto delimitado da Astrofísica? O universo? E da Geografia? Todas as relações sociais e econômicas no planeta? E da Sociologia? Ora, como dizia Braudel, a sociedade é o conjunto dos conjuntos. Seria impossível delimitá-la.

Pode-se argumentar que a Sociologia tem dante de si um fato social, impositivo e independente da vontade dos indivíduos; e que a História não tem nenhuma objetividade porque não pode abarcar todo o passado humano. Nesse caso o historiador seria um artista (se escrever bem) ou nada (se escrever mal). Charles-Victor Langlois e Charles Seignobos, que escreveram uma Introdução aos Estudos Históricos no século XIX, já firmavam que os fatos não aparecem prontos. E em que ciência eles aparecem assim? Seria uma longa discussão (objeto de uma tese em teoria da História) enveredar pela questão da objetividade das ciências, passando pela noção de “paradigma” (Kuhn), “condicionamento” profissional (Feyerabend) etc. Como vemos, não é só a História que “muda de assunto” em determinadas épocas e isso depende do contexto social, do poder institucional das correntes científicas etc.

Tendo em mente que a questão da objetividade é um problema, mas que ele não é exclusivo da História e que não será resolvido nos poucos meses que temos para elaborar um projeto de mestrado, prossigamos.

A diferença específica da História reside na forma de exposição porque sua “explicação”, sua problemática, sua teoria enfim, está entranhada na sua narrativa. Se alguém pretende um tratado teórico não escreverá uma tese de História.

A pesquisa tem inicialmente um objeto empírico que precisa ser delimitado no espaço e no tempo. O objeto concreto será um resultado da própria pesquisa e será conhecido na forma de exposição: na dissertação ou tese. O mesmo vale para o tempo: a cronologia é a delimitação empírica de um período. O período é a síntese de uma diversidade de tempos e ritmos orientados por uma tendência. Mas para fundamentar isso no projeto entre aqui: http://gmarx.fflch.usp.br/boletim36

O projeto tem que formular hipóteses; listar as fontes iniciais da pesquisa; estabelecer um ou mais problemas (perguntas que serão feitas às fontes); adotar um método.

A delimitação do tema é a proposição de um objeto. O objeto é o tema delimitado depois que o localizamos no debate historiográfico e numa dada temporalidade. Nada disso ainda é o método; por vezes trabalhamos com uma hipótese provisória que depois poderá ser abandonada.

 

Metodologia e Objetivos

 

Neste quesito é necessário demonstrar a viabilidade do projeto. Isso é mostrado através da apresentação prévia das fontes, da possibilidade de consultá-las, dos obstáculos a serem superados etc. As fontes são acessíveis via internet? Exigem visita a arquivos? Recursos financeiros? A pessoa tem treino para lê-las e interpretá-las? Que técnicas serão usadas?

Os procedimentos são as técnicas e estas são inseparáveis do tipo de fonte. Por exemplo: se forem visuais, é preciso compreender seu modo de produção e as técnicas específicas; se forem econômicas, pode-se recorrer à estatística. Mas também à prosopografia num estudo sobre empresários ou à criação de índices num trabalho sobre greves. Uma biografia pode ser feita no âmbito da História de Empresas ou Sindical, por exemplo.

Suponhamos que queremos estudar um livro: a História Econômica do Brasil de Caio Prado Junior. Após ler a bibliografia sobre o autor, suas obras principais, conhecer seu arquivo no IEB-USP, listar todas as edições do livro, poderemos fixar os objetivos: cotejar com Formação do Brasil Contemporâneo (que em parte é resumido em História Econômica do Brasil), verificar as modificações em cada edição, os acréscimos correlacionados com as conjunturas políticas, as traduções, a circulação etc.

Uma vez definidas as fontes e procedimentos, cabe listar os objetivos (o geral e os específicos).

A técnica não é o método. Ele delimita o conjunto de técnicas utilizáveis. À montante da pesquisa há uma metodologia: a teoria do método3.

Não é a teoria que expomos num projeto de pesquisa. Nem a metodologia, que está pressuposta. Ela pode ser citada, mas de nada adianta tentar resumir o materialismo histórico numa página. Ou pior: simplesmente declarar que “esta pesquisa usa o materialismo histórico”. Isso é apenas uma declaração de fé, algo estranho à ciência. É correto afirmar que na escolha de um objeto a subjetividade se faz presente, incluindo os valores. Já os resultados buscam a objetividade. Ela é muito mais um ideal (como a neutralidade axiológica) do que algo possível.

Nenhum conhecimento será inteiramente objetivo. Isso não autoriza, entretanto, a se fazer afirmações que atentem contra os procedimentos da História. Não é possível escrever uma história da Revolução de Avis sem a envolvente narrativa de Fernão Lopes. Mas é preciso consultar a historiografia recente e fazer afirmações baseadas em fontes.

O método consiste no caminho que pretendemos percorrer do abstrato ao concreto. O real objeto que se pretende abarcar não é uma coisa, mas um processo; um conjunto de relações no tempo.

Veja-se o golpe de 2016. Uma nova coleção de História do Brasil republicano a chamou de “crise política”.

Poderíamos considerar seu suposto desfecho nos marcos da ação de uma autoridade legal e formal: apenas um impeachment. Seria uma história política tradicional positivista em que o historiador consideraria sua exposição como puro reflexo do seu objeto. Negar-se-ia que no Brasil houve uma ruptura histórica em 2016. Mas ao menos, essa posição afirma seguir leis científicas e a neutralidade baseada numa teoria. Pior é o posicionamento de quem diz: foi uma crise política porque para uns foi golpe e para outros foi impedimento legal. Esse tipo de visão se resume no popular “não é contra, nem a favor, muito pelo contrário”…

Já para uma História crítica as categorias (e também fatos e documentos históricos) ocultam relações sociais. Ao falar apenas em impeachment de 2016 no Brasil, eu transformo ações humanas e processos sociais em coisas4. Note-se o advérbio de exclusão: pode-se falar em impedimento, mas não apenas em impedimento. Senão, este seria construído enquanto produto do acaso (pedaladas fiscais) e sua máxima explicação é subjetiva: erro técnico, má intenção da governante etc; o que foi produzido por determinado conjunto de pessoas se torna estranho para elas mesmas. O que era o sujeito (as forças sociais em conflito a favor e contra o golpe) se torna o objeto.

O impeachment parece muito concreto, pois datado e bem documentado. Mas para a Dialética, o impeachment é que é abstrato e o Golpe é que é concreto. Por que o impeachment é abstrato? Porque assim como os fatos isolados, o documento isolado é irracional. Ele é um instrumento de poder e produto de relações de força como dizia Le Goff5, e deve ser relacionado a outros fatos. Só a totalidade é concreta.

Se nos perguntamos sobre as instituições que organizaram protestos, representações midiáticas, interesses internacionais e outros fatores escondidos por trás do impedimento, chegamos ao golpe como síntese de todos esses processos. Ele é que é real, posto que racional. Observemos que em ambas as abordagens (positivista ou dialética) o acontecimento é inicialmente construído pela escolha subjetiva da pesquisa. Ao contrário do que diria um partidário da “neutralidade”. Podemos ignorar interesses de classes ou considerá-los na explicação histórica. Não usá-los é tanto uma escolha quanto usá-los. E certamente a perspectiva dialética abrange e supera a positivista, pois expõe o fato legal e formal como um momento do processo histórico. Ainda assim, as duas escolhas são legítimas academicamente desde que amparadas em fontes e inseridas no debate historiográfico e com outras ciências.

 

"Tese Teórica”

 

É possível fazer uma tese em História com um objeto teórico? Sim. Mas ela também precisa seguir procedimentos básicos. Entre eles, o imperativo da especialização. A pesquisa precisa ser resignada. Não adianta querer mudar a concepção de mundo com uma monografia universitária. Se quisermos estudar as crises econômicas em Rosa Luxemburgo teremos fontes a pesquisar: seus livros e manuscritos. Hipóteses. Objetivos específicos. Uma historiografia. Fazer a reconstrução do problema desde Sismondi e J. B. Say. Quiçá autores anteriores. Encontrar nas suas escolhas temáticas a história e, a partir disso, reconstituir o debate de sua época.

O importante é ter como objetivo uma reconstituição em que os problemas teóricos se expressem numa narrativa histórica ou faremos uma tese de Filosofia. Isso é diferente de simplesmente fazer a exegese do texto sem nenhuma consideração com os debates políticos nos quais ela se inseriu.

Vamos comparar dois livros em que seus autores estudaram praticamente o mesmo tema teórico. Ecos da Marselhesa de Eric Hobsbawm e Da Revolução de Hannah Arendt.

Eric Hobsbawm e Hannah Arendt discutiram um tema próximo: a ideia moderna de Revolução, basicamente a francesa. Mas ela buscou estabelecer um sistema comparativo e derivar daí sua explicação. Hobsbawm mostrou as diversas narrativas da Revolução Francesa ao longo de 200 anos correlacionando-as com as diferentes conjunturas e interesses em que o assunto foi abordado: a Restauração; o primeiro centenário (em que a III República entronizou e institucionalizou o estudo de uma determinada leitura da Revolução); a Revolução Russa; a Guerra Fria; o bicentenário na época neoliberal etc. Certamente Hannah Arendt até poderia ser um capítulo do estudo de Hobsbawm, mas não o contrário. Ele serviria apenas como uma fonte ao lado de muitos outros historiadores que ela poderia ter consultado.

Todavia, a obra dela tem mais a dizer sobre o clima da guerra fria do que sobre o objeto Revolução Francesa (ou estadunidense). Para aqueles que não se interessam por aquela época específica ou pelo estudo do pensamento da autora, o livro Da Revolução pouco tem a dizer, pois não acrescentou nada ao conhecimento histórico das revoluções que ela compara. Já Hobsbawm explica como uma abordagem como a dela foi possível e é totalmente datada, sendo hoje mais uma fonte para historiadores.

 

Projeto de História Contrafactual em História Econômica

 

Estabelecer uma correlação entre industrialização e padrão de vida é possível. E fazer história contrafactual ao medir o crescimento do padrão de vida que existiria se houvesse maior escolarização em vez de indústrias? Essa hipótese seria “testável” quantitativamente e suas conclusões comprovadas por meios econométricos. Teria isso validade empírica?

Isso poderia ser feito em outra outra disciplina, talvez. Mas não em História. Seria preciso ignorar decisões políticas, conflitos sociais, reações imprevisíveis na cadeia produtiva e nos serviços, o quanto a educação impactaria na produtividade do trabalho (e de qual trabalho, se não haveria indústria?), o papel do imperialismo e da troca desigual internacional etc. Imagine o crescimento econômico do Estados Unidos sem as ferrovias: o transporte seria feito por hidrovias, carroças etc. Qual seria o impacto no PIB durante certo período?

Para a História isso carece de sentido porque simplesmente teríamos que imaginar os EUA sem a maior guerra civil de sua história.

São tantas variáveis que, neste caso, até a história metódica francesa do século XIX seria muito melhor, afinal vale mais a pena ficarmos com aquilo que aconteceu e deixarmos aos poetas o que poderia ter sido e não foi. Mas cada um é livre para considerar um trabalho quantitativo uma ferramenta auxiliar ou um método tout court.

 

Índices

 

Tarifas protecionistas ajudaram a indústria dos EUA a baixar suas curvas de custos no longo prazo? Em alguns setores não? E isso invalidaria a correlação histórica observada nos principais países desenvolvidos? Essas são perguntas de História Econômica que podem ser respondidas com exemplos reais e não imaginados.

Economia e política são inseparáveis. Qual a relação entre fascismo e economia dirigida? Nos anos 1920 o fascismo italiano também tomou medidas liberais, mas nos anos 1930, a paisagem econômica mundial mudou e as políticas públicas da maioria dos países também. Uma pergunta desse tipo é extremamente atual. Poderíamos indagar: é possível um fascismo neoliberal? A história, mais que qualquer outra abordagem estática e mecânica, ajuda a responder que sim.

Lembremos finalmente que correlação não implica causalidade. Mas pode ser um indício. Países industrializados tiveram maior nível de vida. Pode ser que alguém argumente com o exemplo de algum país de baixa complexidade produtiva e elevada renda per capita. Tudo é possível quando variáveis são isoladas da história.

Um exemplo de uma excelente tese em História Econômica permite entender o método aqui indicado. Como já dissemos, o concreto não é o empírico (imediato). Isso significa que ele também não é uma média (que são os dados empíricos diluídos). A média, moda ou mediana já são abstrações mais próximas do concreto. Para aproximar-se ainda mais é preciso escolher ou criar os instrumentos necessários: por exemplo, a mediana separa a distribuição em duas partes iguais, assim um país pode renda per capita alta e grande parte da população vivendo na pobreza.

Cada fenômeno deve ser aprendido no movimento da realidade. Isso acontece na tese citada. O autor qualifica progressivamente os dados empíricos. No seu anexo de greves em Buenos Aires, Fernando Sarti Ferreira considera o caráter defensivo das greves; Jornada de trabalho; resultado positivo ou negativo; número de reivindicações; número de trabalhadores grevistas (T); Jornadas Perdidas (JP); duração das greves etc. Por fim ele considera a Intensidade I = JP x T. Ele percebeu, ao olhar para a totalidade dos conflitos e sua natureza política e econômica que a intensidade das greves era mais concreta e sujeita a menos distorções do que o dado imediato “dias de trabalho perdidos”.

 

Cronograma

 

Por fim, o cronograma precisa expor o método e as técnicas no tempo. É preciso demonstrar a viabilidade da pesquisa. No entanto, toda pesquisa será sempre inacabada. Daí que o cronograma deve estar articulado aos objetivos definidos anteriormente.

 

Terei uma bolsa de pesquisa?

 

Essa pergunta depende das condições gerais do país. Mas de toda maneira, também do meio social interno da universidade. Ela pode definir a opção ou não por se iniciar um projeto.

Lembre-se que o controle de uma área acadêmica é uma realidade mais institucional do que científica. Em todas as áreas há “igrejinhas”, acordos informais (eu a cito e você me cita; eu a publico e você me publica; eu consigo verbas para você visitar minha universidade e você retribui; o seu curso ou programa será bem avaliado, aquele outro não). Quando me perguntam se um projeto está bom para receber uma bolsa da agência X de fomento eu respondo: 50% é ter um bom projeto e o resto é sorte. Isso significa que não há objetividade? Um projeto muito mal redigido que seja submetido a mais de uma pessoa será devolvido. Mas um projeto excelente pode ter duas avaliações opostas: ótimo e péssimo. Como isso é possível? A subjetividade das avaliações envolve os temas que eu não valorizo, os autores que eu esqueci de citar, a orientadora que é minha adversária, a universidade que não me aceitou, a região do país ou do mundo onde não tenho relações pessoais e acadêmicas etc. Plataformas, métricas, modelos etc que visam garantir a objetividade apenas legitimam aquelas práticas.

Sem bolsa, ou um emprego que ceda parte da jornada de trabalho para a pesquisa, é muito difícil escrever uma tese exaustiva. A revolução informática facilitou o trabalho de consulta bibliográfica e coleta de dados imensamente. O que se fazia em anos, faz-se em semanas. Mas isso também incrementou o trabalho com a organização e crítica interna e externa das fontes. É preciso testá-las, interpretá-las, relacioná-las. Mas ninguém é obrigado a ser pesquisador e exige-se um mínimo de compromisso com a atividade científica com ou sem apoio material.

Uma última recomendação: a historiadora que vai escrever sobre a recepção das ideias de Rosa Luxemburgo, Antonio Gramsci ou Silvia Federici na América Latina precisa manusear livros reais. Isso vale para qualquer um. Muitas obras podem ser “acessadas” em sites, mas sem ler alguns livros impressos por inteiro e ter a mesma experiência que acompanha nossa trajetória cultural ao longo dos séculos, faltará ao pesquisador a erudição. É ela que nos permite estabelecer relações, decidir entre elementos contingentes e “necessários” e mudar explicações estabelecidas.

 

Algumas Leituras para Elaboração do Projeto

 

Braudel, F. “A Longa Duração”, in: História e Ciências Sociais. Lisboa: Presença, 1972.

Eco, Umberto. Como se faz uma Tese. São Paulo: Perspectiva, 1999.

Ferreira, F. S. ; Secco, L. F. “Ciclos Econômicos e Conflitos Sociais”. Revista de Economia Política e História Econômica, v. 11, p. 61, 2016.

Garcia, Othon Moacyr. Comunicação em Prosa Moderna – 27 ed. Rio de Janeiro: FGV. Veja aqui: https://lelivros.love/book/baixar-livro-comunicacao-em-prosa-moderna-ot…

Gomes, Rosa Rosa. Rosa Luxemburgo: Crise e Revolução. São Paulo: Atelie, 2018.

Martins, Plinio. Manual de Editoração e Estilo. São Paulo: Edusp.

Marx, K. O 18 Brumário. Trad. Karina Janini. São Paulo: Edipro, 2017.

Pericás, Luiz Bernardo (org.). Caminhos da revolução brasileira. São Paulo: Boitempo, 2019. Leia-se a introdução.

Secco, L. e Deaecto, M. “Introdução”. in: Braudel, F. O Mediterrâneo. São Paulo: Edusp, 2016.

Secco, L. “Tempo e Projeto: nota sobre a periodização em Fernand Braudel”. Maria Antonia, Gmarx / USP, nº 36/ 2020.

Weber, M. Ciência e Política: duas Vocações. São Paulo: Cultrix, 1995.

https://sites.google.com/site/dnbwilson/textosdeteoriaemetodologia – site do professor Wilson Barbosa.

 

1 O materialismo histórico é uma teoria da História e isso precisa ser levado a sério: o que muda é a interpretação do passado e não o próprio passado. Anderson, P. Considerações sobre o Marxismo Ocidental. Trad. Marcelo Levy. São Paulo: Brasiliense, 2 ed, p. 152.
2 Berr, Henri. En marge de l’histoire universelle. Paris: La Renaissance du Livre, 1934, p.13.
3 Kopnin, P. V. A dialética como lógica e teoria do conhecimento, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978, p. 246.
4Vide “alienação” e “reificação” em: Chauí, Marilena. “Notas explicativas ao artigo de A. Gorz: ‘Sartre e Marx’". Teoria e Prática, n. 1, São Paulo, 1967, p.94.
5 Le Goff, Jacques. História e Memória, 4.ed. Campinas, SP: Unicamp, 1996. p. 545-548.