Ano 3 nº 16/2022: Notícias de pesquisa - O Fascínio da Senhorita Jean Brodie | Parte 1 - Gilda Prado

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Notícias de pesquisa ...

 

O FASCÍNIO DA SENHORITA JEAN BRODIE:

Mulheres, modernidade e fascismo em “The Prime of Miss Jean Brodie”

 

Gilda Walther de Almeida Prado

Graduanda em História - USP

 

O filme de Ronald Neame, The Prime of Miss Jean Brodie de 1969 (adaptado do livro da escocesa Muriel Spark e com o título A Primavera de uma Solteirona, no Brasil) é uma história de adolescência e maturidade que se revela intrinsecamente política enquanto uma potente crítica do fascismo britânico da década de 1930. O objetivo deste estudo é utilizar sua personagem central, a professora Jean Brodie, como um ponto de partida para investigar os motivos que levaram o movimento fascista a ter sido interpretado por tantas mulheres, educadas e politizadas como Brodie, como uma forma de rebelião contra as rígidas concepções patriarcais de gênero nas sociedades burguesas.

A sua publicação neste boletim se dará em três partes: uma introdução ao filme e os temas que o circundam; a apresentação da bibliografia sobre o tema, a periodização da pesquisa e resultados baseados na historiografia apresentando as mulheres no movimento fascista britânico; por fim, uma análise detalhada do filme e suas alusões ao movimento fascista, baseadas na bibliografia apresentada, seguida de conclusão e bibliografia.

 

Parte I

 

Uma certa senhorita Brodie

 

Pelas paredes da Escola Feminina Marcia Blaine, a professora Jean Brodie transita como se flutuasse. Postura e cor a distinguem na rigidez cinzenta dos outros membros do corpo docente e entre os uniformes quadrados da multidão de jovens estudantes. O ano é 1932, em Edimburgo, na Escócia, e a professora de cabelos curtos amarelos, grandes olhos azuis e o queixo sempre levantado é o retrato perfeito da admiração de suas alunas, confiante em seu passo direcionado e despreocupado.

Beleza e sedução são de fato as características que informam a nossa primeira impressão da personagem central do filme The Prime of Miss Jean Brodie (no Brasil, Primavera de uma Solteirona), dirigido por Ronald Neame em 1969.[1] Ela entra em cena acompanhada pela melodia tema que depois ganha letra escrita por Rod McKuen, um dos poetas americanos mais populares da década de 1960, famoso na época por suas canções de amor: “Jean, Jean, você é jovem e viva.”[2] Ela pode já não ser tão jovem assim – e a sua reputação de “solteirona” é fundamental para a compreensão da personagem e será um dos temas abordados pela presente pesquisa – mas a sua vivacidade é inegável.

O sorriso satisfeito estampado no rosto de Maggie Smith (Figura 1), que recebeu por seu trabalho no filme o prêmio de Melhor Atriz pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, nos Estados Unidos, se destaca entre os semblantes calmos das outras professoras por não ser uma expressão de pertencimento em relação ao seu lugar na conservadora Marcia Blaine. Muito pelo contrário, a sua confiança é quase um desafio. Apesar de se sentir realizada em seu cargo de professora da escola primária, a senhorita Brodie vai muitas vezes discursar para as suas alunas sobre as diversas conspirações ensaiadas pelo resto do corpo docente, e em particular pela diretora senhora Mackay (Celia Johnson), para removê-la de seu cargo. Naquele espaço a sua distinção também a torna uma figura indesejada, e veremos mais adiante como isso a enche de orgulho; porque se entre a massa de camisas brancas e vestidos cinzas que povoa o prédio da Escola Marcia Blaine a senhorita Brodie parece uma completa estrangeira, quando as portas da sua sala de aula se fecham, ela predomina.

Instruindo as obedientes estudantes a segurarem os livros de História sobre a mesa, “caso haja intrusos”,[3] a professora constrói ao seu redor uma forma de rebelião controlada, inspirando as meninas a imaginarem a sua própria individualidade através deste espelho subversivo que Brodie oferece em si mesma. The Prime of Miss Jean Brodie é, em grande parte, uma investigação dessa performance através da influência que a professora exercerá sobre a vida de quatro alunas em particular, que vão aprendendo a incorporar partes da sua reputação. A senhorita Jean Brodie vai, assim, sendo entrelaçada por suas contradições, e a ressignificação da sua teatralidade, modernidade e glamour pela dimensão da sua admiração pelos regimes fascistas que ascendiam na Itália e Espanha se torna o enigma no centro da trama.

Para dar continuidade à caracterização desta misteriosa figura central, é preciso introduzir a narrativa do filme no contexto da tradição do “romance de formação”, que são as histórias de amadurecimento e transformação de um ou mais personagens que deixam para trás o mundo da infância para adentrar irreversivelmente o mundo adulto. The Prime of Miss Jean Brodie se encaixa nessa espécie de arco narrativo em sua forma, origem e inspiração.

 

Figura 1. Still de Maggie Smith (centro) como a personagem titular do filme The Prime of Miss Jean Brodie (dir. Ronald Neame, 1969).

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FONTE: Allstar Picture Library Limited. / Alamy Stock Photo

 

A adaptação da literatura para o cinema

 

Prime tem roteiro assinado pela autora e dramaturga texana Jay Presson Allen, capitalizando o sucesso da sua peça teatral homônima montada três anos antes – na qual o papel de Jean Brodie foi originado por Vanessa Redgrave, que recusou o convite de reviver no cinema “este papel protofascista”,[4] em suas palavras – e que é, por sua vez, uma adaptação do romance da escocesa Muriel Spark, publicado em 1961 (no Brasil, A Primavera da Srta. Jean Brodie).[5]

Nem filme nem peça podem ser considerados adaptações fiéis, apesar dos diálogos repletos de ironia, bordões e aforismos cômicos que colorem as páginas de Spark terem bastante destaque no roteiro. Aqui nos preocuparemos em comparar as formas literária e cinematográfica desta mesma história com o intuito de apontar os temas centrais da narrativa através do que foi mudado e mantido, e assim antecipar as técnicas de análise e aprofundamento que sustentarão as próximas partes deste relatório de pesquisa, onde focaremos mais exclusivamente na versão fílmica de 1969.

Presson Allen fez mudanças estruturais para favorecer um desenvolvimento dramático mais tradicional da trama, removendo completamente os flash-forwards[6] que são fundamentais para a linguagem do livro, reduzindo o número de personagens e reorganizando os diálogos de Spark em cenas mais longas e lineares. O monólogo de introdução da senhorita Brodie, por exemplo, é uma composição de trechos que aparecem no começo, meio e fim do livro e são ditos por ela para personagens diferentes e em contextos diferentes. O efeito é que, apesar de tratarem essencialmente de uma mesma sucessão de acontecimentos, como obras completas, The Prime of Miss Jean Brodie de Muriel Spark e de Jay Presson Allen tem abordagens muito diferentes.

A primavera da senhorita Brodie é a linha mestra que se entrelaça no arco dramático de formação da maturidade das suas mais apaixonadas alunas, as Brodie Girls (em português, Garotas Brodie, e no livro, Brodie set, ou grupo Brodie), como são chamadas pelos corredores da Marcia Blaine. Seguindo o seu exemplo, as meninas são precoces e impressionantes, mas completamente desinteressadas pelos valores da instituição onde estudam, incapazes de qualquer tipo de espírito de equipe e, nas palavras de Teddy Lloyd (Robert Stephens), o professor de Arte da escola secundária e amante secreto de Jean, “profundamente informadas sobre assuntos irrelevantes ao currículo aceito.”[7] Em piqueniques nos gramados da escola e passeios pelo centro de Edimburgo, a senhorita Brodie as ensina a posar como Mona Lisa e andar como Sybil Thorndike; ela as leva a galerias para aprender sobre Gauguin e ao teatro para assistir Anna Pavlova dançar o Lago dos Cisnes. Lamentando-se sobre a sujeira no caminho, ela relembra sua última viagem à Itália e como Benito Mussolini eliminou por completo o lixo urbano das ruas de Roma. “Alguma de vocês se lembra como os seguidores de Mussolini se chamam?”, pergunta a professora, “Correto! F-a-s-c-i-s-t-i. Fascisti.”[8]

Jean Brodie, investida nos destinos que imagina para as suas pupilas, leva seus métodos pedagógicos pouco convencionais para além dos limites da Escola Marcia Blaine e mantém contato com o grupo Brodie anos depois de terem passado por sua sala de aula. Seu crescente interesse na conexão de seu ex-amante, o professor de Arte, com uma de suas garotas – Rose, no livro, e Jenny (Diane Grayson), no filme – transforma-se na fantasia de um affair anunciado, cujos detalhes ela instiga a sua aluna e mais leal confidente, Sandy Stranger (Pamela Franklin), a compartilhar durante as tardes em que tomam chá no apartamento de Jean. Como a primeira fissura na ilusão premonitória da senhorita Brodie, é Sandy a vítima dos assédios do professor, e é com ela que ele inicia um caso escondido.

A desconstrução de Jean Brodie é enquadrada pela transformação de Stranger – representada de forma efetiva na atuação de Pamela Franklin e em sutilezas atingidas por uma combinação de figurino, cabelo e maquiagem –  e é pelos seus olhos que desvelamos as perigosas realidades por trás do teatro sedutor da professora. O ponto de virada é a morte trágica de uma das Brodie Girls – Joyce Emily, no livro, e Mary MacGregor (Jane Carr), no filme – quando o trem onde havia embarcado para se juntar ao irmão mais velho como voluntária na Guerra Civil Espanhola é atacado. Em uma passagem breve no livro, a professora revela que foi ela quem persuadiu a menina a unir-se ao exército de Franco, apesar de seu irmão lutar ao lado dos republicanos. Essa revelação leva Sandy à sala da diretora MacKay, que enfim tem prova e testemunha para demitir a senhorita Brodie.

Sumariamente, esta é a cadeia de acontecimentos principais do enredo de The Prime of Miss Jean Brodie, a única explorada no cinema, porém apenas uma fração da linha do tempo desenvolvida pelo livro de Muriel Spark, que se estende até anos depois da traição de Sandy, da Segunda Guerra Mundial e da morte de Jean Brodie.

Apesar de que, do ponto de vista da narração, os anos de Marcia Blaine são o tempo presente da história, o uso contínuo de flash-forwards que revelam os futuros reservados para cada uma no grupo Brodie e a forma como transitamos de momento a momento através de frases e lembranças, assemelham a narrativa do livro a uma espécie de memória coletiva. A não-linearidade talvez seja a característica formal mais importante da narrativa de Spark, que define tematicamente onde estão os seus maiores pontos de interesse como autora. Retomando a ideia do “romance de formação”, Prime de Muriel Spark é tão movido pela imaginação das meninas na escola quanto pela memória das mulheres no futuro, que continuam destrinchando e compreendendo a transformadora influência daquela sua antiga professora da escola primária.

Existem pinceladas nostálgicas que compõem a narrativa desenhada pela autora escocesa, que resgatou suas próprias memórias de estudante em Edimburgo e baseou a personagem titular em uma de suas professoras, a senhorita Christina Kay, uma grande contadora de histórias, amante das artes clássicas e do Duce, como Jean Brodie, e que foi a primeira pessoa a incentivar Spark a dedicar-se à literatura. Em artigo escrito para a revista The New Yorker em 1991, ela reflete sobre essa sua primeira musa, “aquele personagem em busca de um autor”,[9] e os trechos em que cita cartas trocadas com as suas antigas colegas de escola, que reconhecem os aspectos de Kay em Jean Brodie, lembram também as passagens do livro em que Jenny, Mônica e Eunice – agora mulheres adultas, cumprindo seus respectivos destinos previstos e imprevistos – lembram-se da senhorita Brodie em visitas a Sandy Stranger no convento em que vive, tendo deixado a cidade e se tornado uma freira católica[10] depois de formada pela Escola Marcia Blaine.

Sandy, agora Irmã Helena da Transfiguração, escreve um tratado de psicologia sobre a natureza da percepção moral chamado “A Transfiguração do Lugar Comum” que lhe confere alguma notoriedade. As palavras finais do livro são dela, respondendo à pergunta de um jovem curioso sobre qual teria sido a sua inspiração: “Houve uma certa senhorita Brodie na primavera de sua vida.”[11]

Essa extensão, como mencionado anteriormente, não é atingida pela adaptação de Jay Presson Allen, mas os seus efeitos são sentidos. O ápice do entrelaçamento entre Sandy e Jean é quase anticlimático no livro, e Muriel Spark deixa explícito que, na percepção da senhora MacKay e de Stranger, a “questão política” teria servido apenas de desculpa adequada para derrubar a professora. “Mas não vai conseguir pegá-la com base em sexo. Já pensou em política?”[12] diz Sandy, com frieza. Jean Brodie morre uma mulher lamentosa e exaustiva pouco depois do final da Segunda Guerra Mundial, sem nunca descobrir que fora Sandy, a única do grupo Brodie com quem manteve contato, que provocou a sua demissão da Escola Marcia Blaine e o encerramento da sua primavera.

No cinema, como é de se esperar, este momento é transformado em uma intensa cena de confrontação, onde tudo – a traição de Sandy, seu caso com Teddy Lloyd e a tragédia de Mary MacGregor – é posto na mesa. O efeito é que Stranger é uma protagonista muito mais simpática no filme, já que o espectador se identifica com o seu discurso que condena a senhorita Brodie por sua tendência de vulnerabilizar suas alunas jogando-as nas mãos de assediadores e guerras civis. Mas a despeito de todas essas diferenças, o sentimento final das duas obras é o mesmo.

O último plano de The Prime of Miss Jean Brodie é um reflexo de Brodie em Sandy, que deixa a cerimônia de formatura em passo direcionado, a rigidez de sua postura a destacando entre as amigas e com um aspecto de incerteza nos seus olhos como se ela também ouvisse as últimas palavras ditas no filme, que são um eco da professora, em off:

 

“Meninas, eu estou no negócio de colocar velhas cabeças sobre seus jovens ombros, e todas as minhas pupilas são o crème de la crème. Me dê uma garota de idade impressionável e ela será minha para sempre.”[13]

 

Neste momento final essa afirmação parece particularmente verdadeira. Apesar de exposta e vulnerável, tendo perdido o controle da sua discípula mais próxima, rejeitada pelos dois professores que mantinha em sua rede de sedução – o senhor Lloyd e o professor de canto, senhor Lowther (Gordon Jackson) – e afastada definitivamente da sua vocação, a influência, poder e mistério da senhorita Brodie são mesmo assim reafirmados. O confronto entre estudante e professora, que representa o atravessamento irreversível de Sandy Stranger para o mundo adulto de direções econômicas[14] e assassinatos sem preocupação[15], toca em questões de abuso de autoridade, sexualidade e maturidade. A peça chave, no entanto, é aquela deixada de lado pela jovem e pela diretora MacKay em sua emboscada: a “questão política”.

The Prime of Miss Jean Brodie, no cinema, emprega as estratégias de criação de significado próprias do meio audiovisual para aproximar o espectador desta face mais enigmática da narrativa de Muriel Spark, aquela que a autora parece envolver nas maiores sutilezas. Trata-se da desconcertante consciência de que o fascínio de Jean Brodie pela estética e mitologia fascista, muito além de apenas outro sintoma de sua excentricidade e do seu ridículo, como os outros personagens ao seu redor parecem pensar, é indissociável da sua auto-percepção, da sua performance e postura, e da sua visão de mundo que é ao mesmo tempo provocativa, excitante e destrutiva para as meninas da Escola Marcia Blaine.

 

[1] THE PRIME OF MISS JEAN BRODIE. Direção: Ronald Neame. Produção de James Cresson e Robert Fryer. Reino Unido: 20th Century Fox, 1969. (116 min)

[2] “Jean, Jean, you’re young and alive.” MCKUEN, R. Jean. In. OLIVER. Jean. Nova Iorque: Crewe Records, 1969. (3:20 min) (tradução nossa)

[3]  “in case of intruders” THE PRIME OF MISS JEAN BRODIE, 1969. (tradução nossa)

[4] VALLANCE, T. Ronald Neame: Director, writer, producer and cinematographer celebrated for bringing the best out of his actors. In. The Independent, Londres, 22/06/2010. Obituário. Vanessa Redgrave é conhecida pelo seu ativismo político de esquerda, incluindo um período de militância no Workers Revolutionary Party. (tradução nossa)

[5] SPARK, M. A Primavera da Srta. Jean Brodie. Tradução: Geni Hirata. Rio de Janeiro: Rocco, 1961.

[6] Técnica na qual uma narrativa linear e cronológica é interrompida por cenas, eventos ou visões do futuro.

[7] “vastly informed in subjects irrelevant to the accepted curriculum” THE PRIME OF MISS JEAN BRODIE, 1969. (tradução nossa)

[8] “Do any of you little girls remember what the followers of Mussolini are called?” “That is correct! F-a-s-c-i-s-t-i. Fascisti.”  Ibidem. (tradução nossa)

[9] “that character in search of an author” SPARK, M. The School on the Links: Discovering Miss Jean Brodie. In. The New Yorker, Nova Iorque, 25/05/1991. Personal History. (tradução nossa)

[10] O debate teológico é parte fundamental do livro, mas foi excluído quase por completo da adaptação de Ronald Neame e por este motivo não nos aprofundamos nesta questão em nossa pesquisa. Para mais sobre catolicismo e calvinismo em Muriel Spark ver MILTRAS, J. Disorder and Transfiguration: Muriel Spark's The Prime of Miss Jean Brodie (1961). In. Postmodern or Post-Catholic? A Study of British Catholic Writers and Their Fictions in a Postmodern and Postconciliar World, 1997, pp 50-70.

[11] SPARK, M., 1961. p. 156.

[12] Idem. p. 153.

[13] “Little girls, I am in the business of putting old heads on young shoulders, and all my pupils are the crème-de-la-crème. Give me a girl at an impressionable age and she is mine for life.” THE PRIME OF MISS JEAN BRODIE, 1969. (tradução nossa)

[14] “(...)  mais tarde sempre pareceu a Sandy que, onde havia escolha entre várias direções, o mais econômico era o melhor (...). Ela agiu segundo este princípio quando chegou o momento de trair a Srta. Brodie.” SPARK, M., 1961. p. 124.

[15] “No, I expect that to be your gift, Sandy, to kill without concern.” THE PRIME OF MISS JEAN BRODIE, 1969. (tradução nossa)

 


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