Ano 3 nº 06/2022: Notícias de pesquisa - Livros e Ideologia: os objetivos do programa editorial da USIA e sua relação com editoras brasileiras - Josiane Mozer

boletim3-06


Notícias de pesquisa ...

 

LIVROS E IDEOLOGIA: OS OBJETIVOS DO PROGRAMA EDITORIAL DA UNITED STATES INFORMATION AGENCY (USIA) E SUA RELAÇÃO COM EDITORAS BRASILEIRAS

 

Josiane Mozer

Doutora em História - UFRGS

 

 

“Ampliar o contato de leitores estrangeiros com bons livros americanos traduzidos para as línguas locais e facilmente disponíveis em quantidades tão grandes quanto a situação exigir, país por país.”[1]

 

Fonte: https://elaineou.com/2017/01/07/the-united-states-information-agency-on…

 

Se considerarmos o espaço social - ou sociedade civil como a define Gramsci[2] - como um espaço de luta e disputa por projetos políticos de afirmação ou superação das condições materiais determinadas pelas forças produtivas, o conhecimento produzido e disseminado não é imparcial e nem está acima das contradições sociais. Isto implica em pensá-lo como conhecimento socialmente construído, produzido na disputa por hegemonia, o que pressupõe luta ideológica.

O bloco histórico no poder tem a seu favor os mecanismos de educação e controle que lhe conferem legitimidade, enquanto ideologia dominante, para a construção de consenso, e por isso pode, na produção do discurso ideológico, “usar e abusar abertamente da linguagem”[3], sem revelar-se claramente ideológico.

Os aparelhos privados de hegemonia[4] inserem-se nessa estrutura de poder como espaços privilegiados para o controle de métodos de conhecimento e de produção de formas específicas de consciência social[5].  Dentre eles, destaco o papel desempenhado pelas editoras, locus de educação para o consenso, como define Gramsci, e cuja atividade se reveste de função social inerentemente ideológica.

Ao compreender a sociedade como uma totalidade complexa cuja hegemonia burguesa resulta da combinação entre consenso e coerção sobre as classes subalternas, e as editoras como aparelhos privados de hegemonia, apresento a atuação do programa editorial da United States Information Agency (USIA) como peça fundamental para a consolidação da sociabilidade burguesa, e a relação que estabeleceu com editoras brasileiras nas décadas de 1950 e 1960.

 

1. O programa Doutrinário D-33

 

A hegemonia dos Estados Unidos no pós-Segunda Guerra conferiu-lhe condições concretas de apresentar e impor ações remodeladoras das relações internacionais capazes de conferir melhores condições para a expansão do capital e, ao mesmo tempo, fazer frente aos avanços da teoria social revolucionária. 

Além de impor os planos de recuperação econômica para a Europa e a Ásia (Planos Marshall e Colombo), incentivar a criação de organismos multilaterais de mediação e controle (FMI, ONU, Banco Mundial), possuir órgãos de classe da burguesia com alcance global (CFR, CED)[6] e os mais importantes conglomerados do sistema financeiro e industrial e suas respectivas fundações (Rockefeller, Ford, Carnegie etc.)[7], os EUA foram capazes de elaborar, como política de Estado, um plano audacioso de interferência na produção e circulação de conhecimento e cultura cujo objetivo central era consolidar valores imprescindíveis à sociabilidade burguesa e, ao mesmo tempo, desarticular a produção e a circulação de conhecimento e cultura anticapitalistas, em especial o marxismo.

O Programa Doutrinal D-33 foi lançado em 05 de maio de 1953 pelo Psychological Strategy Board-PSB (inserido na estrutura do Conselho de Segurança Nacional, NSC na sigla em inglês) para orientar as agências estadunidenses de inteligência e informação na coordenação mundial de aparelhos privados de hegemonia e órgãos de governos aliados na propagação dos valores imprescindíveis ao capitalismo.

Assim foi resumido o objetivo do programa pelo Departamento de Estado em 29 de julho de 1953:

 

"O Programa Doutrinário visualiza um movimento intelectual de longo prazo, empregando uma literatura permanente e uma série de atividades acadêmicas para quebrar a doutrina cujos padrões ajudaram o Comunismo, e promover uma maior compreensão e aceitação das tradições e pontos de vista da América e do Mundo Livre."[8]

 

O D-33 institucionalizou a política de intervenção na produção de conhecimento em prol da perspectiva da “América e do Mundo Livre”, e definiu claramente as armas e os alvos da campanha perene de sua guerra silenciosa de longa duração: o sistema educacional, as atividades artísticas, a imprensa escrita e seus principais veículos – livros, jornais e revistas -, os intelectuais, os artistas e os estudantes.

 

2. O aparato institucional para a guerra ideológica

 

O Departamento de Estado, a CIA e a USIA foram as principais agências de Estado responsáveis por incorporar e executar o Programa Doutrinal PSB D-33 em suas ações.

Ao Departamento de Estado coube manter, remodelar e ampliar os programas de intercâmbio cultural, em que bolsas e facilidades de permanência eram oferecidas a intelectuais, jornalistas, professores e estudantes do mundo todo para que visitassem, estudassem ou estagiassem nas universidades estadunidenses parceiras do programa (as pertencentes à Ivy League, especialmente). À CIA coube recrutar intelectuais capazes de articular redes de financiamento e instâncias legitimadoras (revistas, jornais, galerias de arte, estúdios cinematográficos, editoras) para controle sobre a produção no campo das artes e da ciência. Dentre os seus programas, todos encobertos e realizados através de instituições que serviam de fachada, o Congresso pela Liberdade da Cultura e as suas inúmeras revistas[9] é o caso mais conhecido. À USIA coube conectar a cultura estadunidense com as culturas dos países alvo e criar neles uma rede de colaboradores capazes de difundir conteúdo anticomunista, antinacionalista e de defesa do liberalismo, elaborando estratégias de interferência no debate público. Estas agências tinham assento nas reuniões do Operations Coordenating Board – OCB (órgão integrante do aparato do NSC criado para ampliar e substituir as funções antes desempenhadas pelo PSB) e redefiniam suas estratégias de ação de acordo com as deliberações ali acordadas.

Dentre o conjunto de atividades sob a responsabilidade dessas agências, tratarei especificamente da USIA e seu programa editorial.

Discreta em sua presença na política externa dos EUA, a Agência foi o resultado de 8 anos de trabalho em definições, elaborações teóricas e documentais, fusões departamentais, parcerias e readequações, iniciados em 1945 e finalizados em sua criação, em 1953, e sua missão foi trabalhar pela “segurança” dos Estados Unidos conforme definição do NSC.[10]

 

"Nossas representações de informação no exterior nunca tiveram maior responsabilidade do que agora. A representação deve apresentar ao mundo as políticas e objetivos dos EUA, de maneira clara e factual. Para nós, o necessário é ter políticas claras, dedicadas aos objetivos da paz universal, liberdade e progresso. Essas políticas têm de ser conhecidas e entendidas por todos os povos ao redor do mundo. Essa é a responsabilidade da nova United States Information Agency."[11]

 

A USIA operou de forma aberta e encoberta, em ações e programas com objetivos de curto, médio e longo prazos. Seus principais programas ocorreram nas áreas de comunicação de massa (conteúdos para rádio e TV, cinema, jornais, revistas), de produção de eventos (espetáculos artísticos e esportivos), de educação e formação profissional (centros culturais e bibliotecas, programas de intercâmbio, edição e distribuição de livros, ensino da língua inglesa), na produção de pesquisas (informações sobre economia, política e comportamento social para alicerçar a política externa de Washington). No exterior, seus postos USIS (United States Information Service) eram os responsáveis por coordenar os programas in loco, articulando e administrando uma rede local de colaboradores, de acordo com os planos de ação delineados nos Country Plans (documentos diretivos elaborados pela Agência segundo diretrizes traçadas pelo NSC e com determinações específicas para cada país de atuação).

 

3. A produção editorial da USIA: leituras para a sociabilidade burguesa

 

A política editorial dos Estados Unidos sob a responsabilidade da USIA projetou para o mundo as teses da ciência tecnicista. Os títulos selecionados e publicados cobriram todas as áreas do conhecimento sob esse viés. Economia, política, filosofia, artes etc., tratados sob dois ângulos: a despolitização dos temas, apresentando sempre uma visão técnica – portanto, científica – dos problemas; uma concepção individualista de conflito e de natureza humana, descaracterizando e atomizando a coletividade, reforçando o liberalismo e o anticomunismo como armas privilegiadas no combate ideológico.

Os títulos sobre economia que compuseram o programa apresentavam o capitalismo como um sistema em constante evolução e aperfeiçoamento, atribuindo à incapacidade do indivíduo ou do governo – quando tratando de nações atrasadas ou subdesenvolvidas – a evidência de fracassos. Era a exaltação do modelo liberal para a economia. Da mesma maneira, os livros sobre política procuravam identificar sublevações sociais das camadas subalternas ou os movimentos nacionalistas de nações à margem do centro do capital, como desvios perigosos para a liberdade da humanidade, assim como inserir uma concepção gerencialista do ato de governar, despolitizando ao máximo as discussões sobre a responsabilidade do Estado burguês e ocultando sua origem de classe. Em outras palavras, operavam na criminalização de movimentos sociais e do marxismo enquanto exaltavam a democracia formal e o Estado de Direito.

É de se esperar que as edições sobre política e economia, centrais na defesa da sociedade ideal para o capital, valorizassem os avanços tecnológicos e tivessem uma aplicabilidade política evidente e imediata. Entretanto, de maneira menos evidente, mas bastante eficiente, o romance ocupou considerável espaço no programa editorial estadunidense.

Tão eficiente quanto a filosofia, e mais facilmente consumido por um público amplo, o romance oferece o ambiente propício para desenvolver as teses filosóficas de natureza humana e individualidade “como categorias explicativas dos conflitos, em uma operação teórica que eleva o particular ao universal, e desloca os conflitos de sua origem fundante”, isto é, ofusca a origem social das mazelas do indivíduo[12].

O poder do romance enquanto fenômeno ideológico reside justamente no fato de que, nele, a ideologia que o constitui reside não no conteúdo, mas na forma[13].Em outras palavras, a forma romance opera diretamente na constituição de subjetividades, recurso este essencial para moldar as relações numa sociedade de classes.

 

4. Editoras brasileiras e a USIA: alguns exemplos de uma relação ainda pouco conhecida

 

No Brasil, apenas entre 1953 e 1968, período analisado em pesquisa documental, a USIA subsidiou aproximadamente 1.400 títulos e 8 milhões de cópias[14]. Ao mesmo tempo, e em uma conexão direta, promoveu uma incursão considerável de artigos e matérias elaborados para inundar jornais e revistas[15], com o objetivo de interferir no debate político e popularizar os pontos cientificamente defendidos nos livros postos em circulação.

Tanto a produção de livros quanto de artigos e matérias para jornais e revistas, só se tornaram realidade porque uma enorme rede de aparelhos privados de hegemonia e seus intelectuais orgânicos foi mobilizada. A rede era composta por editoras (mais de 60 delas em operação no Brasil, no período)[16], universidades (departamentos, centros de pesquisa), órgãos representantes da burguesia nacional (sistema S, FIESP, CIESP), institutos privados, destaque para o IPÊS[17], e a imprensa burguesa.

Aqui, tratarei do elo principal, as editoras que, obviamente, ocuparam o centro da rede de parcerias.

Para ser uma parceira da USIA, a editora candidata passava por avaliação ideológica (caráter de sua linha editorial, posicionamento político do editor) e avaliação de sua estrutura comercial (condições concretas para arcar com a distribuição das obras editadas, possuir canais eficientes de divulgação etc.).

Uma vez efetivada, a parceria envolvia responsabilidades de ambas as partes: à USIA cabia o pagamento pelos direitos de publicação em língua portuguesa, a tradução dos textos, a compra de metade da tiragem acordada em contrato e, frequentemente, o pagamento por serviços de divulgação e propaganda. Às editoras cabia conceder o seu selo, o sigilo sobre o envolvimento estadunidense, a produção e a colocação do livro à venda através de seus canais, podendo contar com algum incentivo financeiro nos trabalhos de divulgação também. Havia espaço para os seus interesses comerciais na escolha dos títulos ofertados pela USIA para tradução (organizados em catálogo e por ordem de prioridade segundo os critérios da Agência, e apresentados às editoras parceiras), mas a negociação envolvia a aceitação, pela editora, de pelo menos um dos títulos prioritários do programa.

A USIA encarregava-se de doar o quinhão que lhe cabia da tiragem acordada e, assim, garantir que bibliotecas públicas e universitárias recebessem, em simultâneo ao lançamento comercial sob responsabilidade das editoras, os títulos publicados. Cabia à USIA, também, contato com professores universitários convidando-os a adotarem os títulos subsidiados em seus cursos.

A editora e distribuidora Record foi uma das mais profícuas editoras parceiras da USIA. Para manter-se atraente aos propósitos da Agência, a Record procurou ampliar sua capilaridade, elaborando novos recursos de divulgação e abrindo novos mercados em centros urbanos mais afastados das áreas centrais de sua costumeira atuação. Em carta para o USIS Rio de Janeiro, em 26 de julho de 1963, a editora relatava as medidas tomadas em atenção aos contratos estabelecidos naquele ano: compra de veículos Kombi para viagens ao interior das cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, ampliação dos negócios, incluindo “numerosas vendas” para livrarias recém-incorporadas aos negócios. No quesito divulgação, a editora afirmava ter já prontos a redação e layout de anúncios a serem publicados em “O Globo (edição local e nacional), Correio da Manhã, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio do Povo, e que foram aprovados pelo Sr. Alan James”[18]; preparação e impressão do catálogo geral das edições Record para distribuição aos revendedores e clientes de reembolso, e aos clientes das lojas, “cerca de quatro mil catálogos já foram distribuídos...”;  preparo das brochuras de divulgação das coleções Enciclopédia Juvenil e Livros para a Juventude; produção de cartazes, folhetos e display para exposição de livros; organização de palestras e conferências sobre temas abordados nos livros sob trabalho de divulgação, além de modernização nos processos de expedição rápida de encomendas[19].

As editoras que ofereciam capacidade de produção e distribuição ganhavam a preferência – ou a concorrência – no fechamento de contrato com a Agência.

Em visita à Editora Abril, no início de 1962, o posto USIS encantou-se com a capacidade de produção e distribuição da Editora. A partir dali estabeleceu-se uma longa relação de beneficiamento mútuo. À USIA interessava a rede que a editora operava: lidava com 750 atacadistas no Brasil, cobria 900 cidades e possuía 10 mil pontos de venda, além de uma variedade de revistas que poderiam reproduzir artigos e divulgar títulos de livros subsidiados pela Agência.

A Editora Bloch, por estas mesmas razões, era parceira muito valorizada. Em memorando de operação enviado à USIA, em 13 de abril de 1965, o posto USIS Rio de Janeiro encaminhava proposta editorial apresentada pela editora. Recordava aos superiores que ela já era parceira na publicação de vários títulos, e que além da qualidade de sua impressão, a empresa oferecia sólida estrutura de distribuição. O projeto que a editora apresentava era considerado, pelo posto, excelente em forma e conteúdo.

A Editora Letras e Artes também foi considerada excelente parceira por sua proposta para divulgação e distribuição dos títulos. Num acordo para a publicação de uma série de três títulos (Cuba, First Soviet Satellite in the Americas, The Berlin Crisis e Surface at the Pole), em formato livro de bolso e com tiragem de 15 mil cópias cada, a editora assumiu a distribuição para as livrarias, revistarias e bancas de jornais e o posto USIS se responsabilizou por sincronizar anúncios em jornais, revistas, TV e rádios com os períodos previstos de lançamento de cada título.

A editora Fundo de Cultura, uma das parcerias mais estáveis do posto USIS Rio de Janeiro, perdeu preferência na disputa por publicar O Custo da Liberdade, de Henry C. Wallich, para a então recém-fundada APEC Editora, que estava “ansiosa para publicar o livro e ofereceu melhores condições que a Fundo [...] [e] um contrato está sendo elaborado com a APEC para 2.700 cópias comerciais por US$0,95 cada”[20].

A preocupação do posto USIS Rio de Janeiro com os trabalhos de promoção e divulgação dos livros editados atendia, evidentemente, às diretrizes estabelecidas pela USIA, que exigia em seus protocolos de atuação que um título subsidiado pela Agência fosse obrigatoriamente promovido por todos os canais disponíveis e sob a responsabilidade do posto USIS local.

O USIS Rio de Janeiro trabalhava para responder às responsabilidades de edição e distribuição que lhe cabiam: produzindo programas de rádio a partir dos temas constantes em livros publicados; inserindo resenhas ou colunas anunciando os lançamentos em jornais aos finais de semana, com circulação tanto nos grandes centros como no interior; inserindo publicidade em revistas de grande circulação; produzindo pôsteres para colocação em livrarias e assim promover os livros que consideravam com potencial para chamar a atenção de leitores os mais diversos; e fazendo uso de displays para expor livros em bibliotecas e nos Centros Culturais Brasil-Estados Unidos espalhados por diversas cidades brasileiras[21].

Vale ressaltar que as editoras brasileiras que estabeleceram parceria com a USIA não estavam numa posição passiva, receptora das propostas editoras da Agência. Ao contrário, eram elas também propositoras de projetos editoriais que julgavam de interesse da Agência.

Para finalizar, duas importantes observações:

  1. As editoras parceiras contribuíram para a reprodução da sociabilidade burguesa e colaboraram para consolidar os interesses de classe na manutenção da ordem capitalista vigente[22]. Argumentar que o interesse das editoras brasileiras pelo programa da USIA foi eminentemente de caráter comercial, é ocultar a dimensão ideológica que o constitui, e que lhe permitiu ser instrumento de consenso e coerção na expansão do capital.
  2. Para compreender o papel político e ideológico do programa editorial da USIA no Brasil, deve-se ir além da análise da relação estabelecida com as editoras, incorporando uma investigação sobre os títulos subsidiados e a penetração que tiveram na sociedade brasileira. Mas aí é assunto para um outro artigo...

 

 

[1]USIA. RG 306. Projection of ICS activities to fiscal year 1960. Entry P 297. NND 50613. Box 1. National Archives Records Administration, College Park, Maryland, EUA.

[2]Gramsci apud TEXIER, Jacques. Sociedade civil. In: LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale (org.). Dicionário gramsciano. São Paulo: Boitempo, 2017. p. 733.

[5]LIGUORI, Guido. Aparelho ideológico. In: LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale (org.). Dicionário gramsciano. São Paulo: Boitempo, 2017. p. 44.

[6] Council on Foreign Relations e Committee of Economic Development, respectivamente, são alguns dos exemplos de instituições de classe com alcance global. Ver DREIFUSS, R. A internacional comunista: estratégia e táticas do empresariado internacional. RJ: Editora Espaço e Tempo, 1987.

[7] Ver PARMAR, I. Foundations of American century: the Ford, Carnegie, and Rockefeller Foundations in the rise of American Power. Columbia University Press, 2012.

[8] USA. RG 59. US Doctrinal Program PSB D-33. Entry A1 3149, Box 15. National Archives Records Administration, College Park, Maryland, EUA.

[9] SAUNDERS, F.S. Quem pagou a conta?: a CIA na Guerra Fria da cultura. RJ: Record, 2008; WILFORD, H. The mighty wurlitzer: how the CIA played America. Harvard University Press, 2008.

[10] CULL, N. The Cold War and the United States Information Agency: american propaganda and public diplomacy, 1945-1989. NY: Cambridge University Press, 2008.

[11]Presidente Eisenhower apud SANTOMAURO, F. A atuação política da Agência de Informação dos Estados Unidos no Brasil, 1953-1964. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015. Formato ePub., p. 91.

[12]MÉSZÁROS, I. Estrutura social e formas de consciência: a determinação social do método. São Paulo: Boitempo, 2009.

[13] LUKÁCS, G. Arte e sociedade: escritos estéticos 1932-1967. Organização, introdução e tradução de Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto. RJ: Editora UFRJ, 2009.

[14] Trata-se de valores aproximados. Foram consultados os números oficiais da USIA, disponibilizados em catálogos, os Books Published Abroad, e os diversos relatórios avulsos produzidos pela Agência ao longo do período analisado. No total, incluindo países de todos os continentes, foram aproximadamente 12.661 títulos de livros e 97 milhões de cópias.

[15] Não foi possível quantificar artigos e matérias produzidos para jornais e revistas brasileiros na documentação consultada.

[16]MOZER, J. A arquitetura da dominação: o programa editorial da Agência de Informação dos Estado Unidos. Tese. UFRGS, IFCH, 2020; OLIVEIRA, L. Guerra Fria e política editorial: a trajetória da Edições GRD e a campanha anticomunista dos Estados Unidos no Brasil (1956-1968).  Maringá: Eduem, 2015.

[17] Ver DREIFUSS, R. 1964, a conquista do Estado: ação política, poder e golpe de classe. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2006; GONÇALVES, M.S. Páginas golpistas: democracia e anticomunismo através do projeto editorial do IPÊS (1961-1964). 2010. Dissertação. UFF, ICHF. RJ, 2010; DJUROVIC, C. A. Impressões da direita: luta ideológica e mobilização empresarial através da ação editorial do IPÊS (1961-1964. Dissertação (Mestrado). FFLCH, USP, São Paulo, 2021.

[18] Ocupava o cargo de PAO (Public Affairs Officer) no posto USIS Rio de Janeiro, na ocasião.

[19] USIA. RG 306. Carta da editora Record para o USIS Rio de Janeiro, em 26 de julho de 1963. Entry P 58. Box 5. National Archives Records Administration, College Park, Maryland, EUA.

[20]USIA. RG 306. Book Translation Program, March 25, 1965, Entry P 58. Box 7. National Archives Records Administration, College Park, Maryland, EUA.

[21]USIA. RG 306. Advertising / Promotion Campaign, [s. d.]. Entry P 58. Box 4. National Archives Records Administration, College Park, Maryland, EUA.

[22] Este artigo não trabalha com as editoras de oposição à ordem capitalista, cuja atuação no Brasil foi importante.

 


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